Cocker Spaniel Americano

 

A origem do Cocker Americano, ao contrário da grande maioria das raças, é bem conhecida e parecem existem grandes consensos também quanto ao seu desenvolvimento e independência do Cocker Spaniel Inglês.

A raça surgiu, oficialmente, em 1945. Mas desde 1880 criadores americanos e canadenses buscavam exemplares diferentes dos cockers tradicionais. Os criadores buscavam cães menores e mais leves do que os criados pelos ingleses, com uma cabeça mais quadrada, um stop mais marcado e olhos bem arredondados. 

Além desses requisitos básicos, os criadores procuravam um cão alegre e com excelente temperamento, tudo contido num corpo um pouco mais curto do que o do cocker inglês e com uma pelagem mais farta e exuberante. Essa seleção foi criando na prática duas raças com tipos físicos cada vez mais diferentes entre si. No entanto, até a década de 30, antes da fundação do English Cocker Spaniel Club, os criadores acasalavam cães das duas variedades sem problemas.

A partir da fundação do English Cocker Spaniel Club, em 1930 foi uma questão de tempo até que o Cocker Americano fosse reconhecido como raça independente. O primeiro clube a reconhecê-lo como raça foi o Canadian Kennel Clube, em 1940. O American Kennel Clube reconheceu o Cocker Americano em 1945 e o Cocker Inglês em 1947. 

A partir desta declaração da independência e especialmente após o término da segunda guerra, o Cocker Americano registrou um enorme crescimento no número de filhotes registrados nos EUA, estabelecendo logo diversos recordes e ficando sempre entre as raças mais registradas nos anos subsequentes.


Se o cocker spaniel inglês era um caçador que aprendeu a fazer companhia para desempenhar um novo papel, o cocker americano foi desenvolvido para que fosse um excelente companheiro que, eventualmente, pudesse caçar. No entanto, a grande maioria dos cockers americanos, não têm o instinto tão aguçado quanto os cockers ingleses. 

De maneira geral, o cocker americano é um cão muito brincalhão, ativo e divertido, possui um certo ar  "aristocrático", que fizeram dele um cão quase exclusivamente de luxo e de companhia. Para isso também contribuiu de maneira determinante a seleção realizada exclusivamente sobre a sua morfologia, em prejuízo das suas qualidades como caçador. É um cão que late pouco - mas mais do que o cocker inglês - e costuma ser sociável com outras pessoas e animais.

Apesar do tamanho e do porte aristocrático, o cocker americano se dá muito bem na prática de esportes, tendo grande destaque nas competições de agility, devido ao seu porte pequeno e sua enorme agilidade.

Com crianças, costuma aguentar bem o tranco das brincadeiras, mas não se pode dizer que seja o cachorro ideal para crianças muito pequenas que podem acabar machucando o cão em suas brincadeiras mais rudes.


O filhote

Como todo bom filhote de uma raça desenvolvida para a caça, os cockers americanos são bastante curiosos e ativos, mas, ao mesmo tempo, são muito ligados ao dono e isso deve ser usado para estabelecer, desde cedo, as regras de convivência.

São cães bastante versáteis, podendo se adaptar à vida de um apartamento ou casa sem maiores problemas. No entanto, não costumam sentir-se bem ficando sozinhos por muito tempo. De um modo em geral eles se tornam tranqüilos quando adultos e excelentes companhias, tanto para idosos quanto para pessoas ativas.

Deve-se tomar especial atenção à questão da socialização do cão, evitando que torne-se exageradamente agressivo ou dominante.

O cocker americano possui uma pelagem densa e exuberante e para que ele fique com uma aparência saudável e bonita, precisa de cuidados especiais. Não apenas no momento da tosa, que deve respeitar o padrão da raça, mas também no período entre as tosas, em que o pelo deve ser escovado e desembaraçado para que se mantenha bonito.

Sua pelagem é curta na cabeça, mais longa, sedosa e colada ao resto do corpo, com franjas onduladas mas não cacheada, tendo subpelo suficiente para proteção na água. Esta pelagem de conformação apropriada ao show, o tornaram um cão de grande sucesso nas exposições

 

O cor do pelo pode ser sólida (preto ou tons de canela) ou particolors (duas ou mais cores bem definidas e bem distribuídas) sendo que uma das cores é, necessariamente branco. As marcas canelas, que podem ir das tonalidades mais claras de do creme até o vermelho mais escuro, não devem cobrir mais que 10% da pelagem. 

Nos Estados Unidos cada variedade 
(Preto, Qualquer Sólido Fora o Preto, Particolor) 
é julgada separadamente.


Problemas comuns com a raça

De maneira geral, são cães muito robustos e saudáveis, mostram-se mais propensos do que a média a diversas doenças hereditárias. Estas só podem ser prevenidas através da criação cuidadosa. Procure conselho médico, se surgirem problemas.

  • Cataratas Hereditárias - podem desenvolver uma forma hereditária de cataratas em qualquer altura de suas vidas, a partir do primeiro ano de vida. Em algumas situações, as cataratas podem ser eliminadas e a visão parcialmente recuperada. Por vezes, implanta-se pupilas de plástico para melhorar ainda mais a visão.
  • Glaucoma, um doloroso aumento de pressão no interior dos olhos
  • Atrofia Progressiva da Retina (PRA), uma doença da retina na parte anterior do olho.
  • Epilepsia - A epilepsia ocorre com mais freqüência nas crias de cães epilépticos. Os ataques vão desde os menos graves, até os mais violentos, com perda de consciência. Contate sempre o seu veterinário.
  • Displasia coxo-femural

  • Pele Mal-Cheirosa - seborréia. Manifesta-se através de um odor bolorento e uma predisposição para as doenças bacteriológicas de pele. É necessário utilizar um shampoo