Cão dos Pirineus

origem do Cão dos Pirineus é cercada por grande controvérsia e inúmeras teorias. Segundo alguns pesquisadores, o Cão dos Pirineus teria existido desde a Idade do Bronze, ocupando a região dos vales do sudoeste da França. Outros historiadores sustentam, que a raça seria descendente dos antigos cães pastores dos Pirinéus Franceses, esta raça utilizada na guarda de rebanhos, é muitas vezes confundida com o Mastim da mesma zona, sendo também por isso parente próximo do Kuvasz e do Maremmano.

Qualquer que seja a teoria para explicar sua origem, não há dúvidas de que a raça sempre foi utilizada para o pastoreio e a defesa dos rebanhos, especialmente contra os grandes predadores na região dos Pirineus.

Os primeiros documentos que versam sobre o Cão dos Pirineus datam do final do século XIV, e mostram que alguns cães da raça serviam como guardiões dos Castelos de Foix, Orthez e Cascassone. Mas foi em 1675 que a raça foi surpreendida com a ´fama´ ao ser escolhido como mascote pelo filho do Rei Luis XIV.

Mas a verdadeira expansão da presença e do conhecimento do Cão dos Pirineus, para além das suas montanhas, ocorreu no século XIX com o advento do Romantismo e o fenômeno de valorização da ´beleza selvagem´, que fez com que estes cães, inicialmente admirados capacidade de trabalho, passassem a ser admirados pela beleza e, mais tarde, pelo seu temperamento. Em 1824 aconteceu a primeira tentativa de introdução da raça na América pelo General Lafayette e em 1843 foram introduzidos na Austrália para guardar os rebanhos numa exploração em Hamilton.

A primeira participação oficial da raça em exposições caninas aconteceu em 1863, quando vários exemplares foram exibidos e 2 foram premiados. Em 1907, foi fundado o primeiro clube dedicado à raça, mas como não havia uniformidade suficiente, os esforços para organizar a criação não foram muito bem sucedidos. No fim do século XIX e início do XX devido à diminuição dos predadores nos Pirinéus, os pastores de ambas as vertentes das montanhas dedicaram menos atenção à sua função de protetor dos rebanhos e reduziram de forma importante o numero de nascimentos do Cão dos Pirineus e esse declínio se aprofundou com a 1ª Grande Guerra. Na década de 20, os criadores finalmente conseguiram se juntar e criaram o Grupo de Amigos dos Cães Pirinaicos, e em 1927 redigiu-se um novo padrão para a raça.

Estes cães ainda foram utilizados na 2ª Guerra Mundial como cães mensageiros por unidades francesas baseadas nos Pirineus e participaram de acasalamentos visando recuperar a raça São Bernardo.

O Cão dos Pirineus, em sua origem, era utilizado em um número bastante diverso de atividades, especialmente a de guarda do rebanho. Seu tamanho avantajado fazia com que fosse, ainda, utilizado pelos pastores na guarda das propriedades, fazendo rondas noturnas e latindo para eventuais invasores.

A principal característica necessária para este tipo de atividade é o equilíbrio de temperamento, que o Cão dos Pirineus tem de sobra. São cães especialmente devotados aos seus donos, mas discretos e tranquilos durante o dia. Costumam latir para alertar os donos quanto à presença de estranhos em seus domínios.

Justamente por possuir uma constituição bastante pesada, é recomendável que receba o adestramento de obediência desde cedo, já que controlá-lo depois de adulto e pesando mais de 60 Kg não é tarefa fácil.

Na classificação de Stanley Coren, em seu livro "A Inteligência dos Cães", o Cão dos Pirineus ocupa a 64ª posição, o significa que o dono precisa ser bastante paciente para que obtenha bons resultados no adestramento.

Para que se desenvolva de forma adequada, o Cão dos Pirineus precisa de espaço para movimentar-se e, principalmente, de contato com as pessoas da casa. Não é um cão que possa ser deixado no ‘fundo do quintal’.

Apesar de seu tamanho gigante, é um cão extremamente delicado com crianças, mas deve-se ter muito cuidado para que durante uma brincadeira mais estabanada, a criança se machuque com um tranco. Com outros animais, em função de seu passado como pastor, a relação pode ser bastante boa, mas deve-se ter especial cuidado quando se pretende ter o Cão dos Pirineus com outros cães e mais cuidado ainda quando se tratarem de 2 exemplares do mesmo sexo.


Por se tratar de uma raça que apresenta um crescimento muito rápido, os filhotes precisam receber um acompanhamento cuidadoso, especialmente quanto aos ossos e musculatura. O principal cuidado deve ser com a alimentação, para garantir níveis adequados de proteínas e cálcio. No entanto, qualquer suplementação de vitaminas e cálcio só deve ser feita com a orientação do veterinário, uma vez que o excesso destes componentes também causa problemas no desenvolvimento do filhote.

É muito importante que o dono ensine ao filhote os comportamentos desejáveis e repreenda os indesejados, estabelecendo limites claros para o cão desde cedo, uma vez que se trata de uma raça gigante e que foi desenvolvida para atuar muitas vezes independente dos comandos dos homens.


A pelagem do Cão dos Pirineus é, predominantemente, branca e abundante. Por isso mesmo, a raça demanda cuidados extras para a manutenção saudável dos pelos, que, durante o período da muda, caem de maneira abundante. É absolutamente essencial que o cão seja escovado pelo menos 2 vezes por semana.

Os filhotes, ao nascer, podem apresentar manchas no pelo que, com o tempo desaparecerão, mas mesmo segundo o padrão oficial da raça, é admissível a presença de manchas cinzetas, amarelo-claro ou laranja mesmo na fase adulta.